Origem do Nome Caraguatatuba
Alguns autores ensinavam que os
indígenas Tamoios que viviam no Litoral Norte, assim denominavam Caraguatatuba
porque a planta bromeliácea Caraguatá, também conhecida por Pita era
abundante na região, fazendo surgir "Caraguatá" e "Tuba" que
significa grande quantidade.
Todavia, conforme o ensinamento
de João Mendes de Almeida, o nome Caraguatatuba é corruptela de Cura-guat-atybo,
que significa " Enseada de Altos e Baixos", por ser dita e apresentar
enseada em muitos lugares, parcéis e cômoros de areia.
Já segundo Silveira Bueno,
Caraguatatuba significa "lugar de muitos caraguatás", ou seja,
caraguatal, caraguatazal. Do tupi caraguatá: caraguatá; e tyba: abundância,
grande quantidade.
História do Município
Caraguatatuba nasceu no início de 1600
Caraguá, como é carinhosamente conhecida, começou a ser povoada
nos primeiros anos de 1600, com as Sesmarias -- um instituto jurídico criado
pelo império português para distribuição de terras a particulares para a
produção de alimentos. A primeira que se conhece ocupou a bacia do Rio
Juqueriquerê, em 1609 e foi doada pelo capitão-mor Gaspar Conqueiro aos antigos
moradores de Santos, Miguel Gonçalves Borba e Domingos Jorge, como prêmio por
serviços prestados à Capitania de São Vicente.
A colonização da região próxima
ao Juqueriquerê começa nesta mesma época. As condições favoráveis das margens
do rio despertaram a atenção dos colonos. Mas é a partir da segunda metade do
século 17 que surge a Vila de Santo Antônio de Caraguatatuba.
Pesquisas sobre as origens de
Caraguá indicam que a fundação da cidade ocorreu entre os anos de 1664 e 1665.
O fundador foi Manuel de Faria Dória, Capitão-mor da Capitania de Itanhaém.
Entretanto, o ano de 1693 foi marcado por um surto de varíola que matou parte
da população da vila.
Moradores deixaram a região e
seguiram para as cidades de Ubatuba e São Sebastião, ficando o antigo local de
povoamento conhecido como a “Vila que desertou”. O local ficou deserto, apenas
a igrejinha de invocação a Santo Antônio permaneceu em pé. No entanto, o
vilarejo de Caraguatatuba voltou a ser povoada depois.
Mas em meados do século 18, com
o crescimento populacional do povoado, a região chamou a atenção do capitão
geral da Capitania de São Paulo, D. Luiz Antônio de Souza Botelho Mourão
Morgado de Mateus, que encaminhou o pedido para que Santo Antônio de Caraguá
fosse elevado à condição de Vila, em 27 de setembro de 1770.
Em 1847, Caraguatatuba foi
elevada à condição de “Freguesia” pela lei nº 18 de 16 de março de 1847,
sancionada por Manuel da Fonseca Lima e Silva, presidente da província de São
Paulo. E dez anos mais tarde – exatamente em 20 de abril de 1857 – Caraguá foi
elevada à categoria de Vila, deixando de pertencer a São Sebastião.
A cidade foi reconhecida como
Estância Balneária em 1947, por meio da Lei nº 38, de 30 de novembro e sua
Comarca instalada em 26 de setembro de 1965.
A distância entre Caraguatatuba
e o município de São Sebastião é de 28 quilômetros pela Rodovia Rio-Santos (BR
101). E pela mesma via são outros 51 quilômetros a separar a cidade de Ubatuba,
que fica na direção norte.
Evolução Urbana
O início do século passado foi
marcado por estagnação econômica de Caraguatatuba, bem como de todas as cidades
do Litoral Norte de São Paulo. Segundo documentos da época, o comércio era
precário, tendo como base a troca de produtos. Muito do que era produzido em
Caraguá era enviado em canoas de voga até Santos, onde também compravam as
encomendas do povo da Vila.
Em 1910, a Vila de
Caraguatatuba tinha 3.562 habitantes. Em 1927 tinha apenas uma praça, duas
ruas, um beco e algumas centenas de moradores a mais. A maior parte da
população permanecia na zona rural em agrupamentos de pescadores distribuídos
ao longo da faixa litorânea.
Porém, em 1927 Caraguá
experimenta uma mudança drástica com a instalação da fazenda dos franceses, J.
Charvolin, mais tarde denominada Fazenda dos Ingleses. Isso proporcionou um
acelerado e consistente crescimento da cidade.
No ano de 1938, começara as
obras de construção das ligações rodoviárias entre o Vale do Paraíba e o restante
do Litoral Norte. As cidades de Caraguatatuba, São Sebastião e São José dos
Campos ficaram mais próximas uma das outras. Mas foi só a partir de 1955 que o
tráfego ligando São Sebastião-Caraguatatuba-Ubatuba passa a ser liberado.
A vocação turística de Caraguá
só se consolida a partir dos anos de 1940. E é também a partir desde período
que o município teve um crescimento populacional acentuado.
Caraguatatuba viveu o pior
momento de sua existência na tarde do dia 18 de março de 1967, quando um
deslizamento da encosta da Serra do Mar matou mais de uma centena de pessoas –
a quantidade exata de mortos nunca pôde ser calculada, pois muitas vítimas nunca
foram encontradas.
Mais de 3 mil habitantes
ficaram desabrigados. A população naquela época era de aproximadamente 15 mil
pessoas. Os temporais que caíram na região durante muitos dias, somada ao
desmatamento das encostas causou a tragédia, que ainda é uma lembrança bem viva
entre os sobreviventes.
Na década de 1980, a orla do
centro, Prainha, Martim de Sá, Indaiá e Palmeiras foram sendo ocupadas ao
longos dos anos o que acabou expulsando as famílias caiçaras. Suas terras,
passadas de geração para geração, foram sendo tomadas e deram lugar às novas
construções, ameaçando a cultura caiçara na região.
Na década de 1990, os números
habitacional e populacional continuavam crescendo, ocupando áreas de riscos
como as encostas de morros, causando a ocupação desordenada no município.
De acordo com o último censo
realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
a população fixa de Caraguá era de 100.889 habitantes. Ao longo do verão, com a
chegada da população flutuante na região, este número pode até triplicar.
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