Príncipe: país tem mais a ver
com ditadura do que República.
Pronto para mais uma
manifestação para pedir respeito ao Brasil, bisneto da Princesa Isabel e
trineto de Dom Pedro II disse ao Terra que desmandos do governo, nem de longe,
lembram os princípios democráticos republicanos.
Um
País que se afogou de forma tão brutal em casos de corrupção que trouxe de
volta, mesmo que de uma maneira subliminar, os anos de chumbo, de repressão. De
forma resumida, essa é a opinião do príncipe Dom João Henrique de Orleans e
Bragança – bisneto da Princesa Isabel, e trineto de Dom Pedro II, pronto para
mais um dia de protesto “por respeito ao Brasil”, no próximo domingo.
Foto: O
príncipe Dom João Henrique de Orleans e Bragança (à direita) durante o último
protesto, em 15 de março.
“O
que a classe política está fazendo com o Brasil hoje, com essa corrupção
deslavada para a manutenção de poder, tem mais a ver com ditadura do que com
República”, afirmou o príncipe, conceituado fotógrafo, eterno surfista, e
sobretudo, um apaixonado brasileiro, nesta entrevista exclusiva ao site Terra
. Apaixonado e revoltado: no último dia 15 de março, estava na praia de
Copacabana com a sua singela, mas representativa faixa: “respeite o Brasil”.
“Muita gente nem me reconheceu, mas tirei umas 500 fotos só por causa da
faixa”, disse.
Para Dom João, o que se vê nas principais manchetes, tendo como maior exemplo os desmandos cometidos com o dinheiro público deflagrados pela operação Lava Jato, no fundo, “resume a falta de credibilidade da classe política, que atinge a credibilidade das instituições.”
“Com
isso, o governo enfraquece. Internamente, com instituições fortes e
democráticas, e livres, você tem todos os instrumentos para sair de uma crise.
Quando o povo começa a não acreditar nisso, é um dos maiores perigos para a
democracia”, completou.
No
dia em que o governo reeleito de Dilma Rousseff completa 100 dias, o príncipe
preferiu não avaliar a presidente com um nota, mas não deixou de dar a sua opinião.
“Não passa no teste. Institucionalmente, o governo está totalmente
enfraquecido, o que não se esperava em tão pouco tempo. A credibilidade está
enfraquecida com as medidas que contrariam tudo o que foi dito na campanha”,
disse. “”O governo mente quando diz que luta contra a corrupção, quem faz isso
são instituições independentes, o Ministério Público e a Polícia Federal”.
Intervenção,
jamais
No
último dia 15 de março, foi notória a presença, em praticamente todos as
manifestações pelo Brasil, de grupos, minoritários ou não, defendendo a
intervenção militar – além do impeachment de Dilma Rousseff. Manifesto que fere
uma lei federal. Ao comparar os casos de corrupção com uma espécie de neo
ditadura, Dom João explicou que, na sua opinião, “para quem entende de
democracia, não atrapalha (a mensagem). A rua é pública”.
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