quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Represa de Paraibuna chega ao volume útil zero dia 25/12

Às margens do Paraíba, entre Paraibuna e Santa Branca, Isautina Reis. Foto: Claudio Vieira
Previsão é de especialistas em recursos hídricos; para eles, Jaguari também atingirá zero de volume útil no dia 4 de janeiro. Os dois reservatórios respondem por 79% do armazenamento de água da RM Vale.

A represa de Paraibuna, maior reservatório da bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul, deve atingir volume útil zero de armazenamento depois de amanhã, dia de Natal.
A previsão é de especialistas em recursos hídricos, que preveem que a represa do Jaguari também atingirá zero de volume útil no dia 4 de janeiro de 2015.
Na prática, os dois reservatórios, que respondem por 79% do volume de armazenamento de água da Região Metropolitana do Vale do Paraíba, passarão a dispor apenas de seus volumes mortos, a chamada reserva técnica.
Ontem, diante da gravidade da situação hídrica das represas, o Grupo de Operação Hidráulica, que reúne representantes das entidades gestoras da bacia, entre eles os comitês de bacia Paulista, Médio Vale e Guandu, além da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos), do Rio de Janeiro, Cesp (Companhia Energética de São Paulo) e a Light, debateram o assunto.

Vazão. De acordo com o engenheiro e vice-presidente do CBH-PS (Comitês da Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul, Luiz Carlos Barreti, o Grupo de Operação Hidráulica vai encaminhar hoje à ANA (Agência Nacional de Águas) uma recomendação para a redução da vazão do Paraíba na barragem de Santa Cecília, localizada no sul fluminense e que abastece a região metropolitana do Rio de Janeiro.
“A proposta é que a vazão seja reduzida para 140 m3/s”, afirmou o engenheiro.
No momento, a vazão de Santa Cecília é de 165m3/s.
Segundo o especialista, o objetivo da redução é preservar o volume morto das represas de Paraibuna e Jaguari.
“Se a estiagem continuar em 2015 e não ocorrer recuperação do volume de armazenamento, será preciso economizar porque o volume morto das duas represas é que irá garantir o abastecimento do Rio”, afirmou o engenheiro.

Energia. Segundo Luiz Carlos Barreti, a primeira conse-quência do fim do volume útil de Paraibuna e Jaguari será a interrupção da geração de energia. “Não há como gerar energia com o volume morto”, afirmou o engenheiro.

Dados. Ontem, a ANA não atualizou em seu site a situação de armazenamento das represas da bacia do Paraíba.
Pelos dados disponibilizados pela agência, no dia 18 de dezembro, o volume útil de Paraibana era de apenas 0,49%.
O reservatório de Jaguari estava com apenas 3,43% e Santa Branca, 0,97%.
No estado do Rio, a represa de Funil estava com apenas 5,44%, segundo a ANA.
A média de armazenamento, o chamado reservatório equivalente, era de 1,8%.
“Tem chovido na bacia do Paraíba, mas não nas áreas de mananciais que abastecem as represas, como em Igaratá e São Francisco Xavier”, afirmou Barreti.

Nenhum comentário:

Postar um comentário